Por Gustavo Mello.
Sou do tempo em que ainda existiam as tarifas, que para fazer um seguro de incêndio precisávamos fazer muitas contas, usar muitas tabelas, classificar o risco, seu LOC (localização, ocupação e construção), etc. Danos elétricos, alagamento e desmoronamento eram cláusulas do contrato e não simplesmente “coberturas adicionais”. Um tempo nem melhor nem pior que hoje em dia, mas romântico.
A correria do mercado, e como tal entenda-se vender mais e bater metas, a simplificação e facilitação do produto, e a informatização do cálculo; tudo isso em conjunto contribuiu para “comoditizarmos” o produto empresarial multiriscos. Todos nós, bem como os clientes, comparamos apenas os seguros pelo preço final. E vez por outra somos surpreendidos no sinistro desta apólice, por negativas de indenização ou por descobrirmos que o seguro não indeniza o que se esperava (erradamente) dele. É o “seguro kiderovo”, aquele que vem com uma surpresa desagradável, e a culpa é de quem? Em grande parte é sua mesmo! Não estudou nem leu o contrato que vendia.