terça-feira, 22 de março de 2011

Porque devo investir em um plano de Previdência Privada?

Para os especialistas, a regra é clara: você precisa poupar se quiser garantir uma vida sossegada quando se aposentar. Mas, preste atenção na hora de escolher a seguradora e o plano.
O mercado de previdência privada no Brasil cresceu 18,8% em 2010, com arrecadação de R$ 46 bilhões em novos depósitos, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada (Fenaprevi). Mas, afinal de contas, por que investir em previdência privada? O que devo avaliar na hora de escolher a seguradora e o plano?
Na entrevista a seguir, Fábio Gallo, professor da Fundação Getúlio Vargas (FG) e um dos autores de “Como Planejar a Aposentadoria” dá dicas sobre como aplicar em um plano de previdência privada sem expor-se a riscos e afirma que até quem ganha pouco pode separar alguma quantia para o futuro.
“Se a pessoa escolher produtos adequados em termos de custo, rentabilidade e taxas de administração, é sempre bom. Planejar-se para o futuro é o primeiro passo para uma vida sossegada quando se aposentar”, diz.
  • Qual deve ser o primeiro passo de quem pretende investir em previdência privada?
É preciso acreditar que a seguradora escolhida vai estar viva daqui a 20 ou 30 anos. Uma dica é entrar na Secretaria de Previdência Privada Complementar (Susep) para ver se há algum processo mencionando a empresa. É muito importante olhar o passado da seguradora, conferir se ela teve bom desempenho e também precisa avaliar a credibilidade do próprio banco que está representando a seguradora.
Além disso, é recomendado analisar a taxa de administração e as taxas dos fundos. A previdência está dentro da área de seguros, e a seguradora cobra uma espécie de comissão de venda, chamada taxa de carregamento.
  • E como saber se estou escolhendo o melhor plano?
A pessoa não pode bobear. É preciso levar em consideração o prazo e a importância daquele dinheiro que está investindo. Se o prazo que ela tem para começar a usar este investimento é curto, deve assumir um risco menor. Neste caso, os planos com renda fixa são os mais indicados. Já um prazo longo dá segurança para arriscar mais e a pessoa pode até escolher um plano com renda variável.
Pessoas que tem filhos deficientes, por exemplo, pode escolher um plano vitalício que contemple o beneficiário nomeado. Precisa saber se a carteira na qual está investindo tem  renda é fixa ou variável. A pessoa véu um anúncio e se sente atraído a investir.
É preciso prestar muito atenção nos detalhes. Uma das principais armadilhas é que as pessoas estão comprando planos sem fazer perguntas. O plano pode ser bonitinho na compra, mas tem detalhes na contratação que precisam ser verificados.  Você deve sentar na frente do vendedor e fazer muitas perguntas.
Depois, pegue esta a proposta e estuda com calma, de preferência em casa. Além disso, você deve comparar propostas de mais de uma instituição, pois algumas taxas podem variar dependendo do banco e até mesmo da relação que você tem com o gerente que pode indicar uma carteira com taxas diferenciadas.
  • E se pessoa ficar insatisfeita com o plano?
Pode acontecer do banco deixar de administrar a carteira que você faz parte. Esteja preparado para mudanças. Se a pessoa não estiver satisfeita com o plano pode usar a portabilidade e migrar para outra seguradora e banco. Normalmente a carência é de 24 meses.
  • Qual a idade ideal para começar a pensar na aposentadoria?
O mais cedo possível. Eu queria que meu tivesse pai começado a investir numa poupança para mim. Se a pessoa tem 30 anos e pretende juntar 500 mil reais para a aposentadoria aos 60 anos, terá que depositar 143 reais por mês na previdência privada. Agora, se ela demorar 20 anos para fazer o plano, terá que recuperar o tempo perdido e depositar 2.150 reais por mês ao longo de 10 anos para atingir os 500 mil reais desejados.
  • Mesmo quem recebe um salário baixo pode investir?
As pessoas têm que ter em mente que não se economiza apenas a partir de um alto rendimento. Poupa quem é disciplinado. Mesmo com salário baixo a pessoa também pode investir em previdência privada. A regra é: você tem de poupar. É preciso parar e pensar no que vai querer quando tiver mais de 60 anos. É difícil. Vai ter de aumentar o horizonte de poupança e diminuir a expectativa. E começar logo.
  • Em termos gerais, existe um porcentual do salário que devo investir?
Não há percentual específico. Quanto mais você conseguir economizar, melhor. A minha dica é organize suas contas, saiba exatamente qual é o seu salário líquido e quais são sua contas fixas e planeje o que vai investir em previdência privada como se fosse pagar uma conta de luz, por exemplo. Este investimento precisa constar como um item na planilha de gastos.
Poupança sempre é um ato de sacrifício. A pessoa deixa de consumir e ter prazer agora para consumir e ter prazer no futuro. Funciona mais ou menos como uma dieta. Se a pessoa pesa 70 quilos e não quer engordar terá que fazer um esforço pequeno e constante para manter-se no peso. Mas, se ela se descontrola  e passa a pesar100 quilos, terá que fazer um esforço enorme depois para perder peso.
  • O que mais devo levar em conta na hora de escolher um plano de previdência privada?
A pessoa precisa definir qual o estilo de vida que ela pretende levar ao se aposentar. Ela pode dizer que quer passar o tempo todo viajando. Neste caso, é muito importante ela saber exatamente para onde pretende ir e onde irá se hospedar. Qual será o custo destas viagens? Alguns sonham em abrir um negócio próprio como uma pousada na praia, por exemplo. Qual o investimento necessário? Quanto de reserva preciso ter até o negócio começar a dar lucro? São perguntas simples cujas respostas são fundamentais na hora de planejar o futuro.
Fonte: Istoé Dinheiro
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