quarta-feira, 19 de outubro de 2016

BRADESCO SEGUROS E SWISS RE CONFIRMAM EMPRESA EM GRANDES RISCOS

A joint venture da Bradesco Seguros com a suíça Swiss Re Corporate Solutions nasce com cerca de R$ 800 milhões em prêmios, considerando dados de 2015. A operação foi antecipada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, em abril deste ano. Depois de mais de um ano de negociação, as companhias anunciaram nesta quinta-feira, 13, a a criação de uma nova empresa para explorar o segmento de seguro de grandes riscos no Brasil. “Juntas, as empresas praticamente dobram de tamanho no Brasil”, disse o diretor presidente da Bradesco Seguros, Randal Zanetti, em coletiva de imprensa, nesta tarde.

De acordo com ele, a Bradesco Seguros entra na associação com cerca de R$ 412 milhões em prêmios, levando em conta números de 2015. Já a Swiss Re, conforme Rudolf Flunger, global head reggions da Swiss Re Corporate Solutions, entrou com cifra em torno dos R$ 396 milhões. Ambas negociaram a fusão com exclusividade há seis meses. Sobre as expectativas para o desempenho da associação, Zanetti disse que o plano de negócios da nova empresa ainda será traçado, mas que na mira estão os próximos 20 anos e as oportunidades no segmento de infraestrutura no Brasil que deve ser uma das molas propulsoras do setor de seguros no País.

“A fusão antecede o crescimento dos negócios no setor de infraestrutura, a retomada da economia e do ciclo de investimentos. O humor do ambiente econômico já mudou. Temos outro clima no Brasil”, destacou Randal.

Flunger acrescentou que a Swiss Re acredita no Brasil e que o mercado de seguros contribui para ajudar a economia e o setor de infraestrutura no longo prazo. Apesar disso, a suíça não olha, de acordo com João Nogueira Batista, CEO da seguradora no País, outros ativos em grandes riscos.

O presidente da Bradesco Seguros explicou que a estratégia da companhia difere de outros players que preferiram deixar o segmento de grandes riscos no País. Um deles foi o Itaú Unibanco, que era líder no segmento, mas preferiu vender sua carteira para a americana ACE, hoje Chubb Seguros, em 2014. Outros players como a SulAmérica também deixaram de operar neste setor. “Nunca foi uma opção deixar de operar. Diferente de outros players, a Bradesco enxerga no seguro um peso diferente. Temos uma visão estratégica, de que não só os produtos bancários, mas também o seguro apoia o desenvolvimento das companhias brasileiras e a economia”, acrescentou.

Ele admitiu que a operação é “complexa” e, por isso, consumiu mais tempo para ser desenhada, mas minimizou eventuais dificuldades da Bradesco Seguros em aceitar ser seguradora minoritária no negócio. De acordo com o executivo, o próprio banco já tem participações sem controle em outros negócios como Cielo, Orizon, Fleury etc. A Bradesco ficará com 40% da nova empresa e a suíça com o controle, com 60%. Todos os processos de indenização já abertos migram para a nova companhia, de acordo com os executivos.

A transação está sujeita à aprovação das autoridades competentes e demais condições contratuais. Executivos não deram um prazo para obterem o aval dos reguladores, mas não veem empecilhos já que as empresas têm atuação complementar. Com a Swiss Re, a Bradesco Seguros passa a atuar em novos ramos como seguro garantia para obras, garantia judicial e rural. A joint venture inclui ainda os segmentos de engenharia, patrimônio, transportes, aeronáutico, casco marítimo e responsabilidade civil. Riscos empresariais abaixo de R$ 10 milhões seguem concentrados apenas na Bradesco Seguros.

O negócio contou com assessoria financeira do Banco Bradesco BBI e jurídica do Mattos Filho Advogados.

Fonte: Estadão via Isto É