quinta-feira, 16 de abril de 2020

O novo normal no pós-pandemia


Um estudo da McKinsey aponta a crise do coronavírus como sendo um evento que vai mudar o mundo. Para a consultoria, é impossível prever o que vai acontecer, mas é possível considerar algumas lições do passado e pensar de maneira construtiva. A seguir, alguns pontos que o estudo da McKinsey considera como importantes e que irão moldar o “novo normal” daqui pra frente:

1 -  Distância está de volta

Um protecionismo ainda maior pelos países, maior controle de fronteiras, preferência pelo local ao invés do global.

2 - Resiliência E eficiência

As empresas vão precisar descobrir como tocar suas operações em um mundo pós-pandemia, com um novo normal. É necessário “aguentar o tranco” agora e continuar operando depois.

3 - O crescimento da economia sem contato.

Confesso que o termo “economia sem contato” me assustou. Entretanto, uma economia sem contato é uma economia mais digital. O estudo da Mckinsey aponta três setores em particular: e-commerce, telemedicina e automação como sendo os setores que mais crescerão. É possível imaginar um mundo com menos interação humana, mas não com ausência total. Por outro lado, um mundo pós-pandemia, de imediato, pode sim trazer um mundo com menor vontade de contato físico. Setores de entretenimento sofrerão bastante e precisam repensar seus modelos.

4 - Mais intervenção do governo na economia

Já estamos sentindo isso dia após dia. Governos no mundo todo estão tomando atitudes semelhantes de tempos de guerra. Aliás, em grandes crises da humanidade, como guerras, a sociedade aceita e até aprova uma maior intervenção do governo. Financial Times já até publicou que é necessário uma maior intervenção governamental para que os países deem conta de enfrentar a pandemia. Para a McKinsey, as implicações do papel do Estado irão afetar a maneira como os negócios serão conduzidos. Os negócios deverão se ajustar ao novo normal de uma maior intervenção do governo. Em algum ponto os governos irão decidir diminuir essa intervenção. A maneira como farão e o quanto farão isso é a grande questão da próxima década.

5 -  Maior escrutínio nos negócios

O que você fez durante a pandemia? Essa é uma pergunta que a McKinsey aponta como sendo a pergunta que será feita para governos e negócios no pós-pandemia, semelhante à pergunta feita no pós-guerra “o que você fez durante a guerra?”. É uma pergunta que eu já venho apontando para alguns parceiros como sendo a pergunta que vai disparar uma mudança no comportamento de consumo. No Brasil, mesmo sendo um país tão desigual, haverá, ao menos, um início de uma mudança de comportamento de consumo olhando para os negócios que, DE FATO, tomaram atitudes de responsabilidade social. Quais negócios se preocuparam de verdade com as pessoas que iriam sofrer com a crise na saúde e tiveram atitudes concretas para minimizar? Quais outros negócios que não se preocuparam, achando que era apenas uma “gripezinha” e que “só iriam morrer uns 5 mil”?

6 - Mudanças nas estrutura das indústrias, comportamento de consumo, posições de mercado e atratividade de setores.

Uma das questões que os negócios devem encarar é se o setor em que atuam irão se recuperar da crise ou se sofrerão danos permanentes. Para Mckinsey, a resposta para essa pergunta se dá no grau em que o setor está suscetível aos elementos apontados no estudo.Cada setor terá graus diferentes de impacto com a crise.

7 - Encontrar o lado positivo

A Mckinsey aponta que é necessário tentar encontrar o lado positivo na crise. Frisa que o que for minimamente positivo não irá compensar as perdas humanas e econômicas da crise. Entretanto, no estudo, dá exemplos de como as pessoas aprenderão cada vez mais melhores maneiras de se conectar, de como as empresas aprenderão a operar remotamente e outros exemplos. Eu, particularmente, não gosto de explorar esse tema, ponto positivo, no auge da crise. É insensível, porém realmente é necessário. Até que ponto o novo normal mudará nossa rotina, nosso mundo?

FONTE:

Mckinsey